Eleições 2010 - Parte II
No dia 3 de outubro o povo brasileiro vai às urnas. O período de campanha eleitoral serve, entre outras coisas, para garantir a eleitores/as um cardápio de possibilidades, ou seja, chapas de candidatos/as que representarão esses mesmos eleitores/as nos espaços institucionais se eleitos, e um conjunto de informações sobre esses candidatos de forma que eu, você, o eleitorado de modo geral possa escolher seu/sua representante.
Aproveite bem o período de campanha eleitoral. É importante pesquisar bem para decidir em quem confiar o voto. Um aspecto importante que deve ser bem analisado é a biografia do/a candidato/a, tanto do ponto de vista da sua vida pública, da sua trajetória política e eleitoral quanto traços da composição do seu caráter como honestidade, idoneidade, sua capacidade de diálogo com a base eleitoral, entre outras. Isso é importante visto que vivemos numa democracia representativa, o que quer dizer que o/a eleito/a representará milhares de eleitores/as, ocupará em nosso nome um importante espaço de poder político. Veja também os materiais de campanha, veja o programa eleitoral, pesquise a biografia dos/as candidatos/as, quais compromissos políticos assume, que grupos de interesse representa. Não caia em conversinha fiada e não acredite em propostas vazias.
Se o candidato cumprir os requisitos que você julga essenciais para merecer sua confiança, sua decisão já está bem encaminhada. Tem uma ideia sempre utilizada nas eleições com maior insistência nos candidatos conservadores, que é estimular o eleitorado a votar em candidatos ‘da cidade’. Esse critério não é importante para mim. São 94 deputados estaduais num universo de 645 municípios. São 513 deputados federais para 5.565 municípios. Na democracia representativa alguém é eleito/a para representar um povo. Não existe um/a presidente, um/a governador/a, de parcela da população. Se é presidente do país, se é governador/a do estado e, no exercício do cargo deve-se estabelecer prioridades, ou seja, o que é mais importante dentre as coisas importantes. Entre os parlamentares, deputados estaduais ou federais e senadores, o princípio é o mesmo. É evidente que os compromissos políticos maiores são com sua base eleitoral, com os grupos de interesse que ele representa, com os vínculos que o/a eleito/a tem com sua base social. Afinal, o que está em jogo e deve ser defendido (todo momento) é o interesse público, a democracia como princípio fundamental. Então, se o candidato for honesto, tiver uma boa biografia, se posicionar diante dos temas polêmicos de forma parecida com as suas convicções, eleitor/a, você está num bom caminho. Se estiver vinculado a um partido político, ou seja, a uma parcela da sociedade que se organiza num partido cujos princípios filosóficos expressos na sua carta de princípios e nos seus documentos principais, no seu estatuto inclusive, melhor ainda. E se, depois de preenchidos todos esses requisitos ainda for da sua cidade, aí sim.
As informações estão aí. Seja crítico, questione, tire suas dúvidas. Exija compromissos públicos. Converse sobre isso, reflita. Esse é o jeito de exigir mais qualidade dos/as candidatos/as. Afinal, os resultados dessa escolha serão sentidos por todos nós durante os quatro anos do mandato, oito no caso do senado. E, durante o mandato, participe também, organize reuniões de prestação de contas, acompanhe o trabalho do/a eleito/a pela internet e por publicações que os mandatos organizam, embora isso ainda não seja regra.
O período eleitoral é um momento importante na democracia brasileira. Participe.