Bodas de safira: 65 anos de casamento

A palavra boda vem do latim vota (plural de votum - promessa), fazer votos matrimoniais. Dizem que na antiga Judéia tinha-se o costume de matar um cabrito para o churrasco nas comemorações de casamento. Com o tempo, o cabrito foi substituído pela fêmea do bode, a "boda", cuja carne era mais macia. Matar a "boda" era sinal de que haveria festa. O nome "boda" passou a ser sinônimo de festa, atualmente, comemoração do aniversário de casamento.
Um casal de rioclarenses completou neste mês de fevereiro (2011), 65 anos de casamento, bodas de safira.

José Rodrigues Jordão Filho, o Juca, nasceu na vila Aparecida em 1926. Completará 85 anos em breve. Filho José Rodrigues Jordão (nascido em 1893), conhecido como Zezinho Ferreira que tirava cisco dos olhos, uma espécie de curandeiro na primeira metade do século XX, e Anna Torres Santiago (nascida em 1898) que se casaram em 1916 nesta cidade (Rio Claro/SP). Juca foi vereador por três legislaturas, portanto durante doze anos, até o limiar do golpe militar de 1964. Aposentou-se da advocacia, do magistério, é associado da União dos Ferroviários Aposentados onde em conversas diárias formulam solução para os mais diversos problemas do mundo.

Maria Witzel nasceu em Rio Claro no ano de 1928. A mãe era Maria Donato (nascida em 1900) e o pai Anastácio Vitzel (nascido em 1895), também de Rio Claro. Mariquinha, como é carinhosamente chamada, estudou no Grupo Escolar Irineu Penteado, na Escola Normal Puríssimo Coração de Maria e no Instituto de Educação Joaquim Ribeiro. Trabalhou como professora e exerceu a função de auxiliar de direção de escola. Aposentou-se em 1980.

Juca é um grande contador de piadas e anedotas. Sua presença transforma o ambiente em riso. Burila as histórias garantindo-lhes graça. Mariquinha cuida de todos/as com muito carinho. Juntos, o poder de aglutinação é imenso. Crescemos ouvindo histórias, causos, serenatas e cantorias, saboreando café com leite, pão e manteiga e muita festa. Crescemos ao redor de duas pessoas encantadoras que dedicam a maior parte da vida às nossas vidas, nos preparando e nos ajudando a interagir com o mundo. Duas pessoas maravilhosas. Vivemos no cerne do afeto como diria Gilberto Gil.
Casaram-se na Igreja Matriz de São João Batista em fevereiro de 1946. Dessa união vieram Vera Lúcia e Sandra Elisabete. Vieram netas/os: Carla e Junior, Ivan, Graziella e Ivanessa. Bisnetas/os: Thais e Fábio, Raphael, Victor e Alícia, Helena e Sofia. E a tataraneta Beatriz.

São 5 gerações, todas iniciadas por mulheres, todas professoras. Todos/as contaminados/as pela doçura dela e pela alegria dele.

Ela segue os mandamentos de Deus, amai ao próximo como a si mesmo. Diariamente pede em orações que cada um dos descendentes siga a Jesus Cristo, que sejam pregadores do evangelho e encontrem a justiça e a paz. Ele pensa que as pessoas devem gostar de si, cuidar da saúde para ter vida longa, e não fumar. Somos fruto e resultado desse amor que rompe décadas, que sobrevive às intempéries e que alimenta nossos amores. Quero registrar meu testemunho do maior amor do mundo, um amor por inteiro, um amor em todas as dimensões, um amor que não obedece a nenhum limite, como este amor que sentimos pelo vô Juca e pela vó Mariquinha.

Maria Witzel Jordão, uma mulher excepcional que perfuma o mundo e nos faz acreditar no ser humano. José Rodrigues Jordão Filho, um homem que sabe tornar a vida mais alegre e colorida.

Ivan Rubens Dário Jr