Brasil de Tom Jobim, Sócrates e José Candido

Se estivesse ainda entre nós, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim completaria 85 anos de idade. Nascido no Rio de Janeiro (25/janeiro/1927), Tom Jobim foi compositor, músico e maestro, considerado um dos maiores expoentes de todos os tempos da música brasileira ao lado de Heitor Villa-Lobos. Da parceria com Vinícius de Moraes, ‘garota de Ipanema’ (olha que coisa mais linda, mais cheia de graça), é uma das canções mais executadas da história da música. Inesquecível a gravação de ‘águas de março’ (é pau, é pedra, é o fim do caminho) com Elis Regina. Percebi a dimensão mundial de sua obra assistindo ‘A música segundo Tom Jobim’, dirigido por diretor Nelson Pereira dos Santos, em cartaz nos cinemas. O maestro soberano nos deixou no dia 8 de dezembro de 1994, mas continua entre nós por meio de sua obra. Um artista da música, Tom Jobim é um grande Brasileiro.

Se estivesse ainda entre nós, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira completaria 58 anos de idade. Nascido em Belém (19/fevereiro/1954), o doutor Sócrates foi médico e jogador de futebol. Foi consagrado defendendo as cores do Sport Club Corinthians Paulista. Com a seleção brasileira que encantou o mundo sob comando de Telê Santana, disputou a Copa do Mundo de 1982, desclassificada para Itália de Paolo Rossi na ‘tragédia do Sarriá’ ainda nas quartas de final. Lembro a escalação da seleção canarinho, não me lembro da seleção tetracampeã (1994) e da pentacampeã (2002). Magrão foi considerado pela FIFA um dos melhores jogadores do mundo. Nos anos 80, liderou um movimento pela democratização do futebol, teve forte presença no movimento pelas ‘diretas já’. “Contra toda e qualquer forma de discriminação”, participava do ‘cartão verde’ (TV Cultura) com uma fita na cabeça. Sócrates nos deixou no dia 4 de dezembro de 2011, continua vivo na memória de muita gente. Um artista da bola, Sócrates é um grande Brasileiro.

Se estivesse ainda entre nós, José de Souza Candido completaria 70 anos de idade. Nascido na cidade de Sabino (30/setembro/1942), Zé Candido foi um lutador: lavrador, metalúrgico, sindicalista. Como figura pública que ocupou importantes espaços institucionais em seu partido, na Câmara de Suzano ou na Assembléia Legislativa, não perdeu o hábito de andar pela rua, fila em banco, atender todas as ligações que chegavam ao seu celular. Um homem simples, dos mais humildes que já conheci e uma importante referência política. Um exemplo a ser seguido por aqueles/as que desejam um mundo melhor. Presidiu a comissão de direitos humanos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Um idealista que fez da sua vida um instrumento na luta por uma sociedade justa. Um político como poucos, íntegro, honesto, acessível. E dono de um sorriso fácil, de uma alegria contagiante. Humano, demasiado humano.

Um dos filhos disse que na infância pediam pela presença do pai em casa mas, com o tempo entenderam que, para Candido, sua família era muito, mas muito grande. E tinha espaço para muita gente naquele coração que parou de bater no dia 12 de fevereiro de 2012. Parou mas continua vivo em nossa memória, pois fica conosco a responsabilidade de colocar em prática seus ensinamentos, seguir seus exemplos de ética na política e continuar a luta por um mundo justo. Um artista da Política, Candido é um grande Brasileiro.


Como disse Shamir Daleck, "José Candido, Tom Jobim e Sócrates são figuras que dão sentido e constroem a própria ideia do que é ser Brasileiro".



Tom e Vinicius em Garota de Ipanema

Tom e Elis Regina em Águas de Março


a música segundo Tom Jobim. Trailer oficial



Sobre as Conferências


Segundo a definição da Controladoria Geral da União, conferência é uma ferramenta de fomento à participação social que tem por finalidade institucionalizar a participação da sociedade nas atividades de planejamento, gestão e controle das políticas públicas. Trata-se de um momento de reflexão que permite avaliação das ações realizadas e aprofundamento da discussão a respeito do temário proposto.

A primeira conferência nacional que se tem registro foi sobre saúde em 1941. Não houve documento base nem regimento interno, mas a força do tema provocou o então Ministério da Educação e Saúde a discutir a ‘situação sanitária e assistencial dos estados’. Na 2ª Conferência Nacional de Saúde (1950) discutiu-se a malária e outros temas. O Ministério da Saúde foi criado em 1953. Na 3ª Conferência (1963), a discussão e os espaços foram ampliados com os movimentos democráticos na área da saúde, o que colocou a realidade concreta em discussão e apontou para a necessidade de um plano nacional de saúde nas três esferas de governo.

Durante a ditadura militar aconteceram quatro conferências nacionais de saúde. Na década de 1980, com a abertura democrática e a luta de movimentos sociais especialmente o movimento pela reforma sanitária, aconteceu a 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), marco de uma nova era para saúde no Brasil devido à ampla participação popular, lançando as bases para um sistema único de saúde.

A Constituição de 1988 consagrou o princípio da participação social na afirmação da democracia. Houve uma proliferação de instâncias de participação, arenas públicas se constituíram como lugares de encontro entre a sociedade e o Estado. A construção de espaços capazes de incorporar as pautas e os interesses dos setores da sociedade ao longo do processo de produção das políticas públicas tem ajudado a superar desafios setoriais e contribuído para desenvolvimento econômico e desenvolvimento social caminharem juntos.

Além da Saúde, tem bom acúmulo a discussão de Direitos Humanos com 11 conferências e, com 8 conferências, Criança e Adolescente. Estão registradas 113 conferências nacionais, sendo 81% delas a partir de 2003. Foram 40 temas em 72 conferências nacionais que mobilizaram cerca de 5 milhões de pessoas. Entre 1941 e 2003 as conferências nacionais aconteciam na proporção de 0,65 conferências/ano. No governo do Presidente Lula aconteceram 9 conferências por ano em média.

Suzano acompanha essa tendência. Hoje, as escolas municipais possuem conselho de escola, as unidades de saúde possuem conselho gestor, conselhos municipais foram criados e ampliados. São mais de 100 espaços onde a população discute e decide sobre o equipamento e o serviço público oferecido. O conjunto das plenárias do Orçamento Participativo, do PPA e as conferências realizadas em Suzano, mobilizaram mais de 30.000 pessoas na definição das políticas públicas.

Priorizando a ‘participação popular’, a gestão do prefeito Marcelo Candido amplia a democracia na cidade e, por conseguinte, contribui para o fortalecimento da democracia no Brasil.