Sabe quando você pensa num assunto meio nebuloso, meio sem clareza, meio sem saber com alguma precisão do que é que você está pensando? pois é… E é meio assim mesmo porque o pensamento pode começar como uma massa disforme que, com o tempo, pode ser esculpido. É como uma argila bruta que vai ganhando uma forma de vaso, de cerâmica, de escultura, de artesanato. Uma porção de argila bruta que vai se transformando em obra de arte por força do trabalho de mãos humanas, de esforço humano, do trabalho que é ao mesmo tempo manual e criativo. São as mãos e a cabeça, as mãos e o coração, as mãos movidas por uma força que vem de dentro, do sentimento e das emoções, da alma ou do espírito, do trabalho humano.
Estava ali um pensamento disforme, um embolado na cabeça, um pensamento que voltava. Daqueles que você se pega pensando naquilo sem perceber que era naquilo que você estava pensando. Estava ali um sentimento disforme, um embolado no peito, um sentimento que voltava. Daqueles que você se pega sentindo aquilo sem perceber que era aquilo que você estava sentindo. Não se dispunha das palavras para nomear. Até que uma canção trouxe as primeiras palavras, foi uma canção que trouxe linguagem e, com linguagem, a argila bruta foi se transformando em uma obra concreta, um embolado no peito foi ganhando palavras da cabeça para os dedos que marcam uma folha de papel. A canção diz assim:
Vieste na hora exata / Com ares de festa e luas de prata / Vieste com encantos, vieste / Com beijos silvestres colhidos pra mim / Vieste com a natureza / Com as mãos camponesas plantadas em mim / Vieste com a cara e a coragem / Com malas, viagens pra dentro de mim / Meu amor
Ivan Rubens
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