Quem acompanha esta coluna sabe que costumo escrever com canções. Sempre uma música que esteja tocando (e me tocando) no momento da escrita. Nosso fundo musical desta vez é a Marcha Fúnebre de Chopin.
Guido Palomba, um dos mais respeitados psiquiatras forenses do Brasil, alerta para os riscos de um presidente que não mostra sinais de compaixão pelo povo. Guido é reconhecido pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, pela OAB, Academia de Polícia de SP, pela Polícia Militar e pela Associação Paulista de Medicina. O trabalho de um psiquiatra forense passa inclusive por decifrar os distúrbios de personalidade em tempos tensos. Estamos vivendo um tempo tenso: Pandemia e crise sanitária. Num artigo publicado em 18/março/21 na Folha de SP, o psiquiatra apontou sinais de desvio de personalidade encontrados no comportamento de Jair Bolsonaro.
Ególatras, estão sempre pensando em si mesmos, são indivíduos que não sentem remorso.
Psicopatas (condutopatas) são manipuladores: “são tidos como pessoas toscas, capazes de adotar determinados comportamentos e não percebem aquilo que estão fazendo de errado”. Veja então alguns sinais na conduta do Jair:
Falta compaixão: “Chega de frescura e mimi, vão ficar chorando até quando?”
Sobre frieza: “Não sou coveiro!”
Incorrigíveis e agressivos: “É uma patifaria. Cala a boca, eu não te perguntei nada”.
Vaidade exagerada: “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus seria, quando muito acometido de uma gripezinha”.
Provocativos e autoritários: “Quem manda sou eu. Eu tenho poder de veto. Não serei um presidente banana.”
Diante dos comportamentos do Jair, o psiquiatra aponta uma hipótese diagnóstica. E vê um grande risco quando um condutopata comanda uma nação: “se acha o grande poderoso e aí que vem a tirania... Essas pessoas nunca deveriam ter poder mas, quando o tem é sempre uma lástima”, afirma Palomba.
Sei que é muito difícil falar disso numa cidade onde o atual presidente e maior responsável pela crise sanitária que estamos vivendo, por omissão seja junto ao ministério da Saúde e sua aposta na imunidade de rebanho, seja no mal exemplo que diariamente oferece ao povo brasileiro, seja pela recomendação de tratamentos ineficientes, seja na desinformação do povo, seja no seu negacionismo nefasto, seja na negação da vacina, (e tem tanto ‘seja’ que até cansei de escrever)…. então, falar disso numa cidade onde 79,05% do eleitorado confiou seu voto a ele é delicado. Então, leia este texto e pense nos argumentos do Guido Palomba com calma. Não se trata de a favor ou contra, não é isso. Não se trata de um FLA x FLU ou um São Paulo x Corinthians. Não se trata de enfiar verdades goela abaixo de ninguém. O que pretendo com este texto é te convidar a pensar.
Marchamos para 400 mil vidas desperdiçadas e famílias a quem foi negado o ritual de despedida fundamental na elaboração do luto. O capitão Bolsonaro comanda esta Marcha Fúnebre!
Ivan Rubens
Geógrafo
publicado no Jornal Cidade de Rio Claro em 20 de abril de 2021
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