EDUCAÇÃO POPULAR e INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA


6o encontro de Assistentes Sociais Hospital Santa Marcelina

EDUCAÇÃO POPULAR e INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA


no site da congregação:

https://santamarcelina.org/missao-visao-e-valores/


A Congregação das Irmãs de Santa Marcelina foi fundada pelo Beato Luigi Biraghi em 1838, na Itália, motivado pelos valores que fundamentam seu programa educativo e social, com objetivo de oferecer assistência, bem como o ensino, por meio do amor e do exemplo, sobre o espírito de família e respeito ao ser humano.

Missão

Oferecer assistência, ensino e pesquisa em Saúde com excelência, à luz dos valores éticos, humanitários e cristãos.


Pano de fundo é a campanha da fraternidade.

https://cffb.org.br/campanha-da-fraternidade-2022-fraternidade-e-educacao/



“Educar é um ato eminentemente humano. Somos renovados quando aprendemos mais a respeito da vida e seu sentido, quando nos ensinam novos conhecimentos e quando percebemos que em nós existe a profunda sede de aprender e ensinar”.
Tema: Fraternidade e Educação

Lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor”

objetivos específicos:

educação humanizadora;


refletir sobre o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo com a colaboração das instituições de ensino;


incentivar propostas educativas que promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum;


estimular a organização do serviço pastoral junto às escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos;


e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.


“Ver, Julgar e Agir”.

“Ver” será na perspectiva de escutar;


“Agir” seguirá no caminho do propor;


“Julgar” voltará o olhar para o discernimento.



o conceito de Vida Ativa em Hannah Arendt

Vida ativa reúne o labor, o trabalho e a ação.



1. Labor como a atividade biológica do corpo humano para sustentação da vida. A repetição sem fim, comer para laborar e laborar para comer. “A condição humana do labor e, portanto, a própria vida” (BIESTA, 2017 p. 110). Diz respeito à interação de seres humanos com o mundo material;


2. Trabalho como a atividade que cria um mundo artificial, cria as coisas, que não é da naturalidade mas da inaturalidade da existência humana. Trata-se do fazer, dos instrumentos e, portanto, determinado pelas categorias de meio e de fim. Produz um mundo de objetos duráveis e permanentes, tem objetividade. Diz respeito à interação de seres humanos com o mundo material;


Trabalho e labor colocam seres humanos em relação com as coisas.


3. Ação coloca seres humanos em relação com seres humanos diretamente. Agir compreendido como tomar iniciativa, como iniciar, como dar início a algo. Humanos são, portanto, iniciadores, natalícios. Natalidade: “a ação como um início corresponde ao fato do nascimento, já que a cada nascimento algo “unicamente novo” vem ao mundo. A ação é a realização da condição humana da natalidade”.



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Com base nas informações acima, preparamos duas provocações.


A primeira veio com a leitura da imagem da campanha da fraternidade acima para dizer que educação é encontro e, se necessário, a lousa é o chão e o próprio dedo funciona como o giz. Tendo duas pessoas abertas para o encontro, a partilha dos saberes pode acontecer de forma generosa.


segunda provocação veio com o exercício do olhar, um exercício de deslocamento do ponto de vista, do ponto de observação, um deslocamento que se dá no sujeito que observa. Isso aconteceu a partir do vídeo Caminhando com Tim Tim, https://www.youtube.com/watch?v=1dYukOrq5RI



Citamos muito rapidamente o conceito de Vida Ativa de Hannah Arendt para dizer do exercício de produção de sentido.



lançamos duas perguntas pra pensar:

como promover o Engajamento Político no território?


como fomentar a Participação Política no território?


Em grupos menores, trabalhamos com os textos linkados abaixo.


segundo exercício: trabalho em grupos.

Gonzaguinha - A VIDA, o que é?

Ivone Lara - Território: pisar nesse chão devagarinho

Arlindo Cruz - o que é o amor?

Gilberto Gil - se eu quiser falar com Deus

Paulinho da Viola - A casa comum, natal e ambiente.



Conversações.

As conversas nos grupos foram muito ricas e interessantes. Em seguida, cada um dos grupos apresentou sua leitura do respectivo texto e os diferentes olhares foram aparecendo. Falas fortes, potentes, torções no texto e nas canções, significações outras. Um momento muito bom de exercício de leitura e pensamento coletivo.

Caravana do Orçamento Participativo em Suzano

 veja a matéria no site da Escola de Ativismo

https://escoladeativismo.org.br/das-missoes-as-caravanas-mobilizacao-para-educacao-de-jovens-e-adultos/ 

Saindo de mim

Leia o texto ouvindo a canção. Clique no link:



Ivan Lins e Vitor Martins são parceiros numa canção de título bem sugestivo: Saindo de Mim. Ivan apresenta essa canção quase como um fado. Ivan poderia narrar essa saída, essa partida, Ivan poderia tornar essa despedida pesada, um fardo. Mas a canção sugere uma leveza. Ivan, talvez Vitor. Via de regra nas canções em parceria, primeiro vem o nome de quem fez a música e depois o nome de quem escreveu a letra. Música e letra, letra e música se fundindo, confundindo. Letrista e músico, músico e letrista compondo. Certamente existem composições que se fazem na força do encontro. Sim, porque na força de um encontro intenso tudo se mistura, e ambos vão fazendo tudo, letra e música, música e letra, tudo junto e misturado. A canção diz assim:


Você foi saindo de mim / Com palavras tão leves / De uma forma tão branda / De quem partiu alegre


Veja que interessante: a canção tem uma personagem que aparece na segunda pessoa do singular: você! A voz do Ivan sugere ser uma mulher. Nessa nossa primeira hipótese, uma mulher foi saindo de mim... ela deixou a relação mas não de qualquer jeito. O artista qualifica esse movimento, uma espécie de saída, de retirada, de deserção, seja lá o que for mas num movimento de dentro para fora. Você foi saindo...


Você foi saindo de mim / Com um sorriso impune / Como se toda faca não tivesse / Dois gumes


Ouvindo mais a canção, formulamos uma segunda hipótese: 'você' pode ser uma canção. Neste caso, o sentido da canção muda completamente. O movimento é o mesmo, um movimento de dentro para fora, mas neste caso é uma canção que nasce dentro do compositor e vai pedindo passagem e, movida por seu desejo de mundo, vai saindo. Me parece que aconteça mais ou menos assim com as obras de arte, elas nascem dentro de um corpo humano mas são vocacionadas para o mundo. Neste caso é parir e partir. É parir uma obra que imediatamente vai para o mundo. Então, você foi saindo…


Você foi saindo de mim / Devagar e pra sempre / De uma forma sincera / Definitivamente


São duas palavras, nesse caso dois verbos, praticamente vizinhos: parir e partir. A propósito disso, um jovem escritor que pariu recentemente, e uma jovem poetisa que também pariu recentemente, me disseram gostar dos feedbacks. Apesar da minha dificuldade com estrangeirismos, me parece que estão se referindo a essa sensação interessante de perceber, de sentir o efeito da obra nos leitores e leitoras. Porque uma obra de arte, seja uma música ou um texto, seja uma poesia ou uma dança, atravessa quem se deixa afetar por ela. Essa é a força, essa é a potência da arte: atravessar e produzir trans_formações.


Você foi saindo de mim / Por todos os meus poros / E ainda está saindo / Nas vezes em que choro


Seja uma pessoa saindo da relação, seja uma canção saindo do compositor, seja um texto saindo do escritor, seja uma poesia saindo da poetisa, seja uma lágrima saindo dos olhos, seja lá o que Ivan e Vitor quiseram dizer, isso não depende mais deles. É parir e partir. E partindo, a obra ganha tantos sentidos quanto a imaginação puder produzir.


Assim, você foi saindo de mim, de Ivan Lins e de Vitor Martins.


Ivan Rubens