Lá vai ela com seu caderno de campo
Lá vai ela, usa pantufas não usa tamanco
Lá vai ela habitando território
com rede e mosquiteiro que monta no dormitório
Entre cidades, rios e aldeia
Ela, aranha, vai tecendo sua teia
Em aviões, carros, barcos, voadeira
ela vai, ela vem, transitando
faz sua casa no caminho, sua oca, sua aldeia
seu quilombo, sua tapera
ela espera, tempo duração, corre
quase morre diante da onça pintada
e volta.
Lá vem ela com seu caderno de campo
usa pantufas, não usa tamanco
pisa devagarinho no chão-território.
Alguém me avisou, alguém me avisou
que ela carrega caderno de campo.
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