A farsa Kassab

Não é novidade que várias eleições são definidas pela ação do marketing e da propaganda eleitoral. Foi assim em 1989, quando a maioria dos brasileiros foi convencida de que Collor representava novidade, mudança, progresso. Foi assim que se convenceu também o eleitorado de que Pitta era um homem de luta, que representava São Paulo. E é com a mesma fórmula que tentam novamente convencer a população de que Kassab é o melhor representante da maior cidade do país. Mentira.

A prática de falsear a realidade, por meio do marketing, e ludibriar o eleitor é ação comum dos partidos de direita no Brasil. Vejamos alguns exemplos:
Em primeiro lugar o Partido de Kassab por si só já representa uma mentira. Foi Arena, partido que sustentou a ditadura, depois virou PDS (Partido Democrático Social), reunindo as oligarquias mais conservadoras, virou PFL (Partido da Frente Liberal) e agora, em busca de apresentar-se simpático à sociedade, ressurge como Democratas, mesmo estando completamente dissociado da origem da expressão (do grego, demo significa povo e cracia poder).

Outra farsa, Kassab tem atacado Marta por dizer que na sua gestão (2001-04) ela não acabou com as escolas de lata que existiam. O que Kassab não diz é que as tais escolas de lata foram criadas exatamente nas duas gestões anteriores, Maluf (1994-97) e Pitta (1998-2001), gestões da qual Kassab teve importante participação. Foi, por exemplo, Secretário de Planejamento de Pitta, que por sua vez foi secretário de Finanças do Maluf.

Marta acabou com muitas escolas de lata, substituindo e implementando um novo modelo de educação, os CEUs (Centros de Educação Unificada), grandes escolas que oferecem aos alunos e à comunidade mais do que aulas tradicionais, garante também cursos de artes, cinema, opções de cultura, esporte e lazer. Pitta, Maluf, Kassab, José Serra, Geraldo Alckimin – PSDB-PFL/DEM - todos foram contra a criação dos CEUs. Marta bancou, os CEUs foram criados, mudaram a vida de muita gente, e agora Kassab vem mostrar no seu programa os CEUs, dizendo que foi ele quem fez. Mentira.

É assim que a direita age. Comparemos com Suzano: vocês lembram das escolas de madeira? Pois é, o que Pitta e Kassab fizeram em São Paulo, o ex-prefeito Estevam Galvão fez em Suzano. Tentando enganar a população, o ex-prefeito que já havia governado por quatro vezes, prometeu que iria garantir às crianças das escolas municipais material, uniforme escolar, universalização do transporte, alimentação de qualidade. Nada mais do que o PAP (Programa de Acesso e Permanência), que começou em 2005 com o prefeito Marcelo Candido.

É isso que o PFL/DEM faz, copia as políticas e ações implantadas pelos governos do PT e partidos do campo democrático-popular. Para o PT essas ações são coerentes com o projeto de construir uma sociedade mais justa e solidária, democrática e igualitária. Para o PFL/DEM não passam de peças publicitárias eleitorais.

No domingo, a população de São Paulo escolherá entre a peça publicitária e a retomada de um projeto político para São Paulo. Esperamos que confirme a escolha, a exemplo do que as populações de Suzano e de muitas cidades pelo Brasil afora demonstraram nas urnas: quem mente e quem faz, quem engana e quem inova, quem manipula e quem democratiza. Onde essas questões já ficaram evidentes a população varreu o conservadorismo, mostrando que o brasileiro está experimentando e gostando de um novo modelo de gestão, baseado na democratização do estado, por meio da participação popular.

Leonel Luz e Ivan Rubens


este texto seria publicado na véspera do segundo turno em São Paulo

Deixa o homem trabalhar!


Olha a chuva!/ A ponte quebrou!/ É mentira... As populares canções de festas juninas contam mentiras inofensivas. As pessoas se divertem, cantam e dançam quadrilha.

Há quem diga que as eleições são a festa da democracia. Mas as mentiras contadas durante a campanha eleitoral em Suzano afrontaram a democracia. Um candidato lançou sua campanha eleitoral declarando guerra. Seu grupo político plantou mentiras, usou do preconceito e estimulou o racismo na tentativa de desqualificar o adversário. Rebaixaram a política num verdadeiro vale-tudo para ganhar a eleição. Intolerantes, revelaram sua essência.

Tom Jobim morava em Poço Fundo, em Nova Iorque e no Rio de Janeiro. Citava Carlos Drummond de Andrade: “os senhores me desculpem, mas devido ao adiantado da hora me sinto anterior às fronteiras.” Para Tom, as fronteiras são fictícias: “o sujeito mura, cerca e o urubu passa por cima”. Se as pessoas não mudassem de endereço, não estivessem em constante êxodo na busca de melhores condições de vida, resultado das profundas desigualdades sociais históricas, como seria Suzano?

A canção “Garota de Ipanema”, para Tom, perpassou o tempo por abordar um sentimento universal: o desejo de beleza. Tem gente que acha um exagero o Terminal de Transportes Urbanos (Terminal Norte) e a Praça Cidade das Flores. Essa idéia plantada pela oposição a Marcelo Candido demonstra uma concepção privatista do Estado. E para convencer as pessoas, associam o público ao ruim e o privado à eficiência. Discordo: o Estado deve prestar serviços de qualidade diretamente e saciar nossa fome, inclusive a fome de beleza. No governo Marcelo Candido, obras públicas são feitas com esmero porque o povo de Suzano merece.

Obcecado pela arquitetura, Tom Jobim começou a construir sua casa no Jardim Botânico ao mesmo tempo em que iniciou a criação do poema “Chapadão”. A construção durou quatro anos. A criação, oito. Suzano vive processos de construção e de criação. Com Candido, as obras constroem a cidade material, os processos de participação popular estimulam o interesse pela política, revelam direitos, combatem preconceitos, ampliam a visão de mundo e (re)inventam a democracia e as formas de estar na cidade. Saciam necessidades básicas com políticas de combate à fome, distribuição de renda e inclusão social, estimulam o sonho de um mundo melhor, o desejo de beleza, a utopia de uma sociedade mais justa e mais humana.

“Os cães ladram e a caravana passa...” A campanha de Marcelo Candido passou em caminhadas, em mutirões e em carreatas eternizando momentos em nossas memórias. Presenciei manifestações de carinho, de respeito, de gratidão e de intensa alegria. Além de vencer as eleições, o povo cantou e a ‘quadrilha’ dançou: caminho da roça...

A cidade de Suzano cresce, seu povo fica mais feliz. O segundo mandato de Candido será ainda melhor. Agora, deixa o homem trabalhar...